Invasões
Ontem eu finalmente tinha aceitado toda a situação, tinha me
convencido de que era melhor assim, e inclusive as histórias que monto em minha
cabeça eram sem toda aquela melação, sem todas aquelas palavras que ele diria,
sem todo aquele arrependimento... Então
tava tudo correndo bem... Eu tinha ido assistir uma peça de teatro com meu
namorado, tínhamos ido numa socialzinha de um amigo dele... Eu tava feliz... E
sentia que não ficava assim havia muuuito tempo.... Eu tava até pensando,
“poha, eu acho que amo meu namorado de verdade agora...” e então aparece ele e
estraga tudo... ele não precisou me falar nada, apenas um olhar e puft.... Foi assim, estávamos no morocha, eu tava conversando
com uma amiga que não via há muito tempo, e então olho pro lado e O vejo... Nossos
olhares se encontram, e é automático, os sorrisos somem, entramos numa espécie
de transe... eu tento desviar, mas meus olhos voltam sozinhos ao seu
encontro... Meu corpo queria ir, encontrar com seus braços, encontrar seu colar
de ouro, poder tocar seu rosto... Mas em vez disso me deixei ser levada pela
minha amiga para dentro... Tentei dançar, esquecer de tudo, mas quando eu
pensava ter esquecido, lá estavam meus olhos procurando-o.... e então ele
sumiu, foi embora, me deixou sozinha com a consciência... Continuei a dançar, fingi pra mim mesma que
estava tudo bem por dentro, afinal meu namorado não podia perceber... e então quando eu tava pensando em ir embora,
abraço meu namorado e dou de cara, literalmente, com ele....
Ele tava ali, praticamente do meu lado, eu podia sentir seu
calor, não sei se ele me viu, deve ter visto, mas fingiu que não, estava ali,
com o seu copo na mão, e aquele dedinho levantado, dançando como sempre, com “
as arminha “ preá cima.. rsrsrs Começou a falar com uma menina que estava ali,
queixando, senti um certo ciúme, mas me vi no lugar dela, o mesmo jeito de
sempre, ele pareceu irritado, nervoso, queria a todo custo a menina, pegava no
seu braço, e eu tinha flashbacks, lembrava dele me pegando assim, com força,
como se eu fosse uma criança e tivesse feito algo errado... e então pedi pra ir
embora, e o meu namo quase esbarra nele, eu fiquei com medo de esbarrar, pois
sabia que teria briga, que eu não saberia pra quem torcer, não saberia por quem
me preocupar... e então nos fomos... meus sorrisos se perdera por lá... fiquei preocupada, imaginando ele
brigando... e então lembrei... sabe quem tava no morocha? Hahahha O menino que
ele bateu, daqueeela vez..... pois é... agora o menino nem olha na minha
cara...
E foi assim que voltei a pensar nele.... foi assim que
voltei a fazer minhas histórias... foi assim que a dor voltou... agora, nas
minhas histórias ele me diz “Maktub, significa, estava escrito, ou melhor,
tinha que acontecer.... Vida longa mundo pequeno, a gente um dia ainda vai se
encontrar.. porque eu volto pra te buscar....”
Só espero que essa fase passe logo, porque começo a ficar
com medo de me arranhar novamente...
Vivo com medo...
Vivo com dor... Vivo com o
arrependimento...
“Minha cabeça me diz que já se foi,
mas meu coração me
diz que não,
ainda há um elo entre
nos dois,
tentar te esquecer
vai ser em vão,
o tempo é o remédio
pra curar,
a dor de se perder um
grande amor,
mas nada é capaz de
apagar,
as lembranças que
você deixou,
eu não tenho forças pra evitar as invasões ...
Foi forte o que houve
entre nós dois,
eu não possa já mais escutar certas canções,
que lembranças da
gente vem depois,
agora estou pensando em nós dois...”
Invasões – Jorge e
Mateus
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