Professores que não ouvem
24/05/17
4 aulas de oficina de textos acadêmicos e técnicos em saúde com uma professora que na primeira aula pareceu ser bem legal, dinâmica, divertida, mas que me decepciona cada vez mais, a começar pela semana passada, quando fui conversar com ela para justificar minhas faltas, só deu tempo de dizer 'faltei pois estava fazendo um curso em...' 'FAÇA RELATÓRIO!' disse ela firmemente nem olhando na minha cara.. respirei e voltei pro meu lugar.
hoje eu cheguei no horário e ela não, então depois de 15 min esperando-a decidi participar da roda de conversa 'vivencias e repercussões do ambiente universitário da saúde mental', primeiro porque eu sei do meu quadro mental particular (depressão, automutilação, pensamentos depreciativos), porque sei do meu quadro mental em relação a universidade ( desanimo totaaaal, crises alérgicas, falta de apetite, dores de estomago, dores de cabeça, ansiedade) , segundo, para ver as repercussões da universidade nas outras pessoas (e percebi que tem gente que passa pior do que eu) e terceiro, porque pretendo seguir na área da psicologia, e alem de ser assunto da área, estavam presentes a enfermeira e a psicologa. Discutimos diversos problemas da universidade, choramos com os problemas dos outros, vimos como a competição entre alunos afeta, como a forma que os docentes tratam os alunos é muitas vezes desumana, depreciativa, vimos como afeta a saúde mental e física, como a universidade não funciona como esta na teoria, como tem muitos problemas institucionais que afetam os alunos diretamente, e como é importante desconstruir a ideia de psicologo é pra doido, discutir saúde mental é só pra casos graves como suicídio...
Chego na sala, vou direto conversar com a professora, que havia acabado de voltar do intervalo,
- 'Porque você não estava em sala?"
- "era isso que vim falar, eu estava na roda de conversa de vivência e repercussão...
- 'O que vc foi fazer lá? era pra vc estar em sala.. só doido que quer se suicidar tem que ir pra essas conversas!!'
Ela disse isso passando na minha frente e olhando para a turma....
o choro invadiu meus olhos, eu segurei ele e a raiva e fui sentar... pensando como essa professora que trabalhou com dependentes químicos tem coragem de dizer isso, logo a discussão básica de que discutir saúde mental não é só para quem quer se matar...
quando sentei tentando engolir o choro, ela diz bem alto no meio da sala para que todos ouçam
- 'Lucia, e ai, agora não vai mais se suicidar não ne..'
Eu quis gritar, atirar coisas nela, quis bater a cabeça dela na parede e dizer 'é esse tipo de pensamento errado que faz as pessoas não terem empatia um pelo outro, julgarem as pessoas, fazerem bullying, desprezarem o sofrimento do outro... mas estava muito ocupada tentando segurar a onda de emoções que transbordava meus olhos e a ponto de transbordar minha garganta... não consegui segurar por 1 min, tive que sair da sala pois me faltava o ar..
nunca tive uma crise de ar como aquela, os segundos pareciam eternos, o ar não parecia penetrar nos pulmões, sequer na garganta... a falta de ar era tanta que nem chorar eu conseguia... andei em busca de um lugar livre para poder respirar, tentei controlar a respiração... não sabia se sentia mais raiva, vergonha ou insegurança... não sei quanto tempo demorou até que um amigo veio e me abraçou até que eu conseguisse que o ar chegasse ate meus pulmões....
Que RAAAAAAIVA! que DESESPERO! que MEDO!
Minha vontade é de denuncia-la! minha vontade é de colocar ela numa sala com vários professores, técnicos, com psicólogos, com o diretor e mostrar o absurdo que ela fez... colocar o aluno em ridículo, reproduzir o preconceito... minha indignação é tanta que não encontro nem palavras pra descrever
4 aulas de oficina de textos acadêmicos e técnicos em saúde com uma professora que na primeira aula pareceu ser bem legal, dinâmica, divertida, mas que me decepciona cada vez mais, a começar pela semana passada, quando fui conversar com ela para justificar minhas faltas, só deu tempo de dizer 'faltei pois estava fazendo um curso em...' 'FAÇA RELATÓRIO!' disse ela firmemente nem olhando na minha cara.. respirei e voltei pro meu lugar.
hoje eu cheguei no horário e ela não, então depois de 15 min esperando-a decidi participar da roda de conversa 'vivencias e repercussões do ambiente universitário da saúde mental', primeiro porque eu sei do meu quadro mental particular (depressão, automutilação, pensamentos depreciativos), porque sei do meu quadro mental em relação a universidade ( desanimo totaaaal, crises alérgicas, falta de apetite, dores de estomago, dores de cabeça, ansiedade) , segundo, para ver as repercussões da universidade nas outras pessoas (e percebi que tem gente que passa pior do que eu) e terceiro, porque pretendo seguir na área da psicologia, e alem de ser assunto da área, estavam presentes a enfermeira e a psicologa. Discutimos diversos problemas da universidade, choramos com os problemas dos outros, vimos como a competição entre alunos afeta, como a forma que os docentes tratam os alunos é muitas vezes desumana, depreciativa, vimos como afeta a saúde mental e física, como a universidade não funciona como esta na teoria, como tem muitos problemas institucionais que afetam os alunos diretamente, e como é importante desconstruir a ideia de psicologo é pra doido, discutir saúde mental é só pra casos graves como suicídio...
Chego na sala, vou direto conversar com a professora, que havia acabado de voltar do intervalo,
- 'Porque você não estava em sala?"
- "era isso que vim falar, eu estava na roda de conversa de vivência e repercussão...
- 'O que vc foi fazer lá? era pra vc estar em sala.. só doido que quer se suicidar tem que ir pra essas conversas!!'
Ela disse isso passando na minha frente e olhando para a turma....
o choro invadiu meus olhos, eu segurei ele e a raiva e fui sentar... pensando como essa professora que trabalhou com dependentes químicos tem coragem de dizer isso, logo a discussão básica de que discutir saúde mental não é só para quem quer se matar...
quando sentei tentando engolir o choro, ela diz bem alto no meio da sala para que todos ouçam
- 'Lucia, e ai, agora não vai mais se suicidar não ne..'
Eu quis gritar, atirar coisas nela, quis bater a cabeça dela na parede e dizer 'é esse tipo de pensamento errado que faz as pessoas não terem empatia um pelo outro, julgarem as pessoas, fazerem bullying, desprezarem o sofrimento do outro... mas estava muito ocupada tentando segurar a onda de emoções que transbordava meus olhos e a ponto de transbordar minha garganta... não consegui segurar por 1 min, tive que sair da sala pois me faltava o ar..
nunca tive uma crise de ar como aquela, os segundos pareciam eternos, o ar não parecia penetrar nos pulmões, sequer na garganta... a falta de ar era tanta que nem chorar eu conseguia... andei em busca de um lugar livre para poder respirar, tentei controlar a respiração... não sabia se sentia mais raiva, vergonha ou insegurança... não sei quanto tempo demorou até que um amigo veio e me abraçou até que eu conseguisse que o ar chegasse ate meus pulmões....
Que RAAAAAAIVA! que DESESPERO! que MEDO!
Minha vontade é de denuncia-la! minha vontade é de colocar ela numa sala com vários professores, técnicos, com psicólogos, com o diretor e mostrar o absurdo que ela fez... colocar o aluno em ridículo, reproduzir o preconceito... minha indignação é tanta que não encontro nem palavras pra descrever
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